quarta-feira, 4 de março de 2009

Meu manual de dança ...

Aqui está uma das tarefas que a mim foi direcionada pelo Doug e pelo Make: criar um manual de dança contemporânea. Não sei se é bem um manual, mas o chamarei assim. Para deixar claro, este é o MEU manual, podem se inspirar, mas é por sua conta e risco. Aqui deixarei algumas sensações e fazeres que funcionam comigo e outros que procuro evitar, heheheh.

Para começar, detesto pressão, de ter um tempo para apresentar algo, para mostrar, mas sei que só funciono assim, completamente contraditório eu sei. Sou dramática ao extremo, então tudo é uma cena gigante e às vezes me cobro demais achando que não darei conta do recado, o que é mentira, pois sei que sou capaz, mas enfim, coisas que preciso trabalhar em mim comigo mesmo. A pressão me apavora, mas me obriga a objetivar as idéias, que são muitas e nenhuma: pra onde vou, por onde vou?
Se você que está lendo isso, acha que direi a resposta dessas perguntas, desculpe meu querido, mas ainda não às encontrei. Talvez elas devessem estar aqui neste manual, pois afinal, é um manual, mas ainda estou procurando e acredito que se um dia eu achar a resposta pra uma delas, no outro dia ao acordar, elas já mudaram.

Bom, então PRESSÃO:
1 ponto contra
1 ponto a favor


Vamos falar de estilo então, o que seria um estilo? Um tipo de dança, uma linguagem, uma técnica? Não sei, mas também não me interessa achar um significado para estilo.
Não vou citar referências bibliográficas porque o manual é meu, então, me desculpem se esperavam por isso. Não quero estar na defensiva, mas é para poupar qualquer expectativa.
Digamos que o que me interessa são os desafios apesar deles muitas vezes me irritarem, mas gosto, mexe com as minhas sensações. Gosto de experimentar coisas novas, mas infelizmente ainda não descobri como experimentá-las sozinha, então preciso de um olhar de fora, pelo menos para me dar uma luz inicial e acho que outra final é bom também, hehehe.
Talvez devesse procurar pela minha linguagem, como me caracterizo enquanto movimento, mas sozinha essa procura ainda é árdua pra mim, mas chego lá, não se preocupem, naquele meu tempo, devagar, mas chegarei, então, sem pressões.
Gosto de ser dirigida, com total abertura para enfiar meu dedo na criação, criar junto com o coreógrafo, mas não consigo criar sozinha, ainda não, não se decepcionem, chego lá.

ESTILO: ?
LINGUAGEM: 123615232874230423
COREÓGRAFA: Daqui a pouco ela surge...


Gosto de fazer aula, em um certo momento passado, só queria fazer aula e não estar em cena, hoje quero estar em cena e aula sim é necessário, mas não to fazendo e neste momento não estou sentindo falta. Ohhhhhhhhh, como ela quer estar em cena sem aula!!!!(dizendo isso com a mão na boca e olhar de desaprovação) Estando ora!!
Sei da importância de uma aula de dança, sei todos seus benefícios e blábláblá whiskas sache!!! Não vou ficar aqui dizendo pra onde uma aula de dança pode te levar, o quão ela é importante, que isso eu já sei, mas agora não me faz falta, e se faz, to bem assim no momento. Talvez porque nada está me fazendo pensar: Bah preciso fazer essa aula, mas acho que uma aula que eu gostaria seria a aula da Tati Rosa. Sim, essa aula eu faria com o maior gosto. Que engraçado, eu não gostava mesmo da aula da Tati e hoje é a única que tenho vontade de fazer... Ta ai, vou procurar a Tati...

DIVERSAS TÉCNICAS DE AULA DE DANÇA: Agora não obrigado...
AULA DE DANÇA PARA SE SENTIR FELIZ E REALIZADA: Tati Rosa

Improvisação, a palavra...
Adorooooo improvisar, muitoooo mesmo, mas quando a tarefa é bem dirigida. Quando fica naquela coisa vai lá e dança feliz, aff, me poupe. O engraçado é que ainda as pessoas acham que improvisação é chegar e fazer qualquer coisa. E até aqueles que sabem que não é isso realmente, às vezes se perdem, mesmo achando que estão no caminho certo, acho normal isso acontecer, me preocupa são as pessoas não se darem conta disso. Gosto de improvisação com tarefas e quanto mais tarefas agregadas, melhor ainda. Gosto quando o quadrado se fecha e dali não posso passar, como resolver? Mas quando fica no espaço amplo, não me interessa muito. Quando a tarefa é muito ampla, fico meio sem rumo e acaba muitas vezes me frustrando. Então viva o quadrado e suas danças...

DANÇA DO QUADRADO: Meacabonestapixta

Adoro breguices, e me irrita muitas coisas cabeça demais, gosto de dançar emmimmesmada, mas só pra experimentar, não para apresentar. Gosto do público, de me sentir próxima, e dançar emmimumbigada não me sinto próxima deles. Bom, cada um tem uma opinião. Precisa de carão, de olhão, de foco para se aproximar do público? Claro que não. Mas meu olhar me satisfaz por demais. Narcisista? Talvez, mas e aí, o olhar me realiza. Mesmo que muitas pessoas digam que tem que se dançar com o corpo e menos com o rosto, infelizmente eu vim com um defeito de fabricação, não incluíram o mecanismo que arranca a cabeça fora, droga! Então ele vai estar ali sempre, umas vezes menos aparentes e outras demais até. E daí me sinto feliz com eles junto e dentro da história. Viva meus olhinhos, ou olhoes, como acharem melhor. Algo em mim tinha que ser grande (além da bunda).
E por falar em bunda, meu quadril é muito dançante, sou brasileira por demais, e toda essa cultura eclética está impregnada em mim. Sons me movem, não importa qual seja, um frevo ou o silêncio. Meu quadril eu diria que seria um uma linguagem minha, juntamente com meu olho. Eu poderia fazer um trabalho de olhos e bundas... ai que delícia. Pronto decidi... Vou ver como enfio os olhos na minha bunda. Definida a linguagem também.

BREGUICES: Quando são bem exploradas, sou fã número um
EMMIMMESMADA: adoro para experimentar, mas no palco...
OLHAR: Brega muitas vezes, mas indispensável para minha pessoa
QUADRIL: “ Dona infeliz que tem um tufão nos quadris”


Por enquanto é isso
Nos próximos capítulos tentarei ser mais sucinta quanto ao meu manual
Beijim xuxus!!!!

terça-feira, 3 de março de 2009

A banda...

A Banda
Chico Buarque

Composição: Chico Buarque

Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem

A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela

A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor

Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou

E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor...